terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Romper,
o cerco
cruel,
alucinante,
que aprisiona...
(Ah! preso
na garganta,
lancinante
grito!
Assim
como sou
contida,
contenho,
retida,
retenho...
Invisíveis
energias,
fios,
do meio
enlaçam-me,
sem rodeio...
Libertar-me,
é o maior anseio...
Mundo cruel,
onde só serei
entendida,
pela análise fria
do meu contexto..
Serei virada
no avesso?
Estraçalhar
a mordaça,
destruir
tudo aquilo
que me oprime,
que me cerceia,
quando o que
mais quero
é caminhar,
descalça
e nua,
pela areia...
Onde a alma,
tão leve,
vagueia...
Visualizar
o mar
a cantar,
num vaivém
interminável,
incansável...
Como a buscar
o seu par,
perdido
em longinquas
paragens...
Apenas ser,
e deixar
acontecer,
a felicidade...
Existir,
no agora,
já que o passado
só existe
na memória,
e o futuro,
é uma hipótese,
um será
que pode não ser...
E, neste fugaz
momento
em que retenho
a vida
em minhas mãos
enlouquecidas,
aspiro,
sugo o ar,
como se estivesse
a exaurir,
a viver,
nesse segundo,
a liberdade,
a felicidade
de existir
no mundo,
e nela,
a eternidade...

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