segunda-feira, 29 de novembro de 2010

A poeirenta viagem até Londrina

Dependia
da metereologia!
Se chovia,
era um contratempo,
não se saia,
ou era ficar
atolado,
na estrada
embarreirada,
na enchorrada...
Sair do atoleiro,
só com corrente,
ou um trator,
que se colocava
à beira da estrada,
estrategicamente...
Mas, num dia
ensolarado,
lá se ia,
rumo à civilização!
Rumo ao mundão...
Era viagem
para um dia!
Não havia pressa,
a hora lenta,
vagarosamente,
escorria...
O passar das rodas
pela terra vermelha
do leito da estrada,
levantava um poeirão,
que impregnava,
emporcalhava,
à beira do caminho,
toda a vegetação...
Quando acontecia
de aparecer
outro veículo,
à frente,
nada se enchergava....
Engolia-se pó,
literalmente!
Ao chegar
à cidade grande,
do viajante
só se divisava
o branco do olho...
Tudo o mais
era poeira!
As mulheres,
p'ra se protejer,
usavam compridos
guarda-pós,
lenços coloridos.
Inútil arrumação!
Mas lá chegando,
havia um lugar,
onde era possível
se limpar...
Só então,
feita a limpeza,
saia-se,
o comércio,
a explorar,
que os aguardava...
Percorrer,
alegremente,
as ruas da cidade...
O passeio,
tão raro,
tão diferente
e tão bonito,
compensava
tamanho sacrifício,
tanta morosidade!

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Iniciar

Olá, bom dia!
Prazer
em recebê-lo
na minha vida!
Pode entrar,
a porta está
desguarnecida...
Num primeiro
momento,
nos olharemos,
analisando
o nosso olhar,
nossa postura,
que espécie somos
de criatura?
Isso, se interessar
aprofundar
o acontecer...
Mas, se são outros
os interesses,
E breve for
o encontro,
provavelmente,
notaremos,
a maneira
de nos trajar,
e tudo o que for
mostrado
aparentemente...
Teremos
a eternidade
para confirmar
ou apagar,
o que concluímos,
num instante,
num relance..
Pensa comigo:
temos a chance
de começar,
a partir de agora,
o mais tranquilo,
o mais feliz
e carinhoso
dos relacionamentos...
Que deslumbramento!
Breve é a vida,
uma gota de chuva
a escorrer
pela vidraça...
Num momento é,
num outro passa...
Novos atores,
outros amores,
vão surgindo
a cada curva
da estrada,
pedregulhada?
Com os quais
se inicia,
misteriosamente,
um relacionamento
triste,
vazio,
odioso,
estressante
ou gratificante,
pela eternidade...
Quando prazeiroso,
nos alivia
ou deixa saudade...
A existência
começa agora,
e só valerá
daqui pra frente...
Nunca se irá
embora,
nós nos veremos,
no futuro,
irremediavelmente...
"Na natureza nada se perde,
nada se cria,
tudo se transforma",
já disse o sábio,
um dia,
pra nossa alegria.
Espiritualmente,
vale o mesmo?
Provavelmente...
Por que não transformar
nosso contracenar,
numa aventura
prazerosa,
rica em experiências,
indescritivel?
É pouco inteligente,
masoquista, talvez,
tornar nosso viver
em uma relação
quase impossível...
Por que não dialogar,
calma e
educadamente?
Colocar,
os pontos
de divergência,
sobre a mesa?
Discutir,
conversar
sobre pontos de vista
com a maior clareza?
Por que não respeitar,
e aceitar
que se pensa
diferentemente?
Refletir,
inquirir,
sobre a maneira
de dirigir,
de direcionar
a nossa existência?
Por que existir
o desejo,
frenético,
de só espicaçar?
De querer,
literalmente,
deletar
o divergente
da convivência?
Como visualizar
e manter
os limites
da boa vizinhança?
Parece
humanamente
impossível
ser um ser racional,
quando se está,
mergulhado,
atolado,
em pleno mal.´
Buscar
a harmonia,
a paz,
não satisfaz..
Encontrar
a felicidade,
é um sonho fugaz,
que não condiz
com a realidade,
onde o desejo
manifesto,
é a agressividade...
Como parar
essa ânsia maluca,
de se trucidar?

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Jesus!
Um caminhante
que de material
não tinha nada...
Mas, quanto amor,
quanto ensinamento,
quanto carinho,
quantas flores
distribuiu
em sua jornada!
Infelizmente,
na vida,
há o envelhecer,
quando, então,
se necessita
a outro recorrer...

Cenário

Onde o cenário,
o palco
encantado,
onde encenavam,
extasiados,
belas cenas
de amor,
com um diálogo
(tão rico era!),
abrasador?
Lá estava ela,
à espera,
de se espelhar,
no seu olhar...
Finalmente
chega o momento,
tão aguardado,
de se estar
frente à frente...
Mergulhar
no mais profundo
encantamento...
Miríades
de borboletas azuis,
de rouxinóis,
cantantes,
flutuam
na atmosfera!
Minúsculos
pontos de luz,
faiscam
na doce quimera...
Como esquecer,
se só deslumbramento
havia?
Não confessar,
estranha covardia!
A emoção
rodopiava
no ar...
Eram pássaros
e mais pássaros
a cantar
a mais bela
das melodias!
Embevecidos,
só se olhavam,
e se devoravam
sem se tocar...
Ela falava
das suas viagens
pelos livros,
do seu flutuar
numa clave de sol...
Ele ouvia
as fantasias,
o que menos
importava,
era o tagarelar..
Hoje,
O palco
não mais existe,
ele se foi...
Só resta
uma caminhante
triste,
que guarda
na memória,
uma maravilhosa
história,
desfrutada,
e esgotada,
num passado
distante,
vivida a dois...
Jesus!
O Senhor
da essência!
Um não
peremptório
ao seduzir
da aparência!

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Aventura

Vem transitar
sozinho
por caminhos
ignotos,
não explorados...
Vem
morrer ou viver
a cada curva
da estrada,
onde só os fortes
sobrevivem...
Escrever
com sangue,
se preciso for,
uma apaixonante
trajetória,
uma história
de amor...
Deixar a marca
indelével
no computador
imenso
do universo,
que grava
cada cena
da sublime
aventura,
na sua memória...

Encontro

Perspectativa
inebriante
toma conta,
absorve
esse ser,
na busca
apaixonante
do seu acontecer...
Estar à procura
de um eu perdido
nas densas brumas
de um passado
escuro...
Suprema
ventura:
planejar,
projetar
a própria vida
no futuro...
Ter
a recorrer
todo o tempo
do mundo,
que escoa,
rapidamente,
segundo
a segundo...
Sentir
pelo novo ser
complacência!
Afagá-lo,
acariciá-lo,
afastá-lo
das vielas
retorcidas,
que se encontra,
a cada trecho
do caminho...
Incendiar
cada caminhante,
cada cruzante
e encontrar
na estrada...
Dividir,
generosamente,
as alegrias
da caminhada...
Traduzir beleza
na madeira
preciosa,
gravar
sentimentos
puros
na argila fria,
silenciosa...
Rimar
palavras vazias,
com outras cheias
de significado,
formando versos
simples,
mas vibrantes,
por ter
se exaurido,
por muito amado...
Coser
em retalhos
uma bela colcha,
no tempo que resta
da sua existência.
Cozer
sabores intensos
de outras paragens...
Em tela,
deixar a marca,
inconfundível,
de cada ente,
na sua passagem...
Viver
intensamente,
verdadeiramente!
Usar as mãos
para compor
uma sinfonia,
num sublime
gesto de amor...
Cada momento,
intensamente
respirar,
na ânsia louca
de se perder
e se encontrar...

domingo, 7 de novembro de 2010

Proeza

Há em certos
momentos,
no pensamento,
em que o penetrar,
solitário,
destemido,
corajoso,
no inferno
do autoconhecimento,
transtorna
a alma sedenta,
nunca vazia,
e propicia
muita alegria
e arrependimento...
O voltar,
muitas vêzes,
tranquilo,
depois de um tempo,
pela acontedida
caminhada,
pode sugerir
outros destinos...
Sentir,
a sublime
sensação
do esvaziamento...
Ante
o implacável
juri
que reina
sozinho
na consciência,
argumentar,
apresentar
a sua verdade!
Esse se encarar,
é, com certeza,
a mais difícil,
sublime,
corajosa,
bela proeza...

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Expectativa

De repente,
o palco se ilumina,
alguém
que se aproxima,
p'ra contracenar...
Já velho camarada
ou desconhecido?
Novo roteiro,
ou velha história,
para ser gravada
e deixada
na memória?
Será,apenas,
um breve toque
de carinho
ou uma cena
intensa,
quiçá sangrenta,
talvez,
a derradeira
de uma trajetória?
Sublime expectativa
a de tentar advinhar
o vir a acontecer
me invade...
Um novo ator
que quando se for,
deixará o vazio,
a dor da perda,
o fastio,
ou quem sabe
só uma saudade?