domingo, 6 de fevereiro de 2011

Lua de Mel

Ah!
Se lhe desses
o poder de voar!
Sobre a planície,
a perder
de vista,
planar...
Nessa imensidão
tão bela,
que vê,
do carro
a correr,
pela janela...
Seu pequeno,
ínfimo ser
só desejaria,
só almejaria,
não findar,
não fenecer...
Incorporar
o azul do céu,
deixar-se
penetrar
pelos tons
luxuriantes
das pradarias
verdejantes...
Não retornar
jamais,
ao recônditos
gélidos,
escuros,
hibernais
onde viveu
outrora...
Por certo,
ao perder-se
assim,
num voejar
sem fim,
se encontraria
mais perto,
por certo,
do seu eu
desperto...
Mais conhecido,
então,
mais querido,
numa lua de mel
a acontecer
ao léu,
alucinante,
desvairada,
mas com certeza
desconhecida,
ignorada
por você,
que corre tanto,
que velozmente
passa,
e nada vê...

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