terça-feira, 29 de março de 2011

Uma cena muito antiga

Perdida
em um canto
qualquer
de uma velha,
amarelada
memória,
há a história
de uma cena,
que mais parece
gasta fotografia...
Que nostalgia!
É noite,
lá fora
escuridão
profunda...
Em algum lugar
do passado,
um cenário
tranquilo,
perdido
no tempo
e no espaço:
uma fazenda,
uma casa velha
de madeira,
ainda inteira...
Nela umquarto,
onde tremula
a luz tênue
de um lampião
de querosene...
Na velha cama,
deitados
um casal
e seus filhos
pequeninos,
abraçados,
aconchegados...
O pai tem,
nas mãos,
um grosso livro
de belas histórias,
tão ilusórias,
e lê,
calmamente,
pausadamente,
dando as cenas
muita entonação...
Pura emoção!
As crianças
embevecidas,
um tanto
adormecidas,
bebem
cada palavra
que escutam,
dando asas
à imaginação...
São contos
e mais contos
de príncipes,
princesas
e fadas!
A atmosfera
é doce,
quase encantada...
A noite é bela,
a lua brilha,
como se fosse
um enorme farol,
entrando
pela janela...
São capazes
de visualizar
a doce cinderela,
à espera
da carruagem
dos sonhos,
nunca tristonhos...
Cada criança
num mundo
mui particular,
que é só dela...
Durante o dia,
o livro será
manuseado,
delicadamente,
mas avidamente
por ela,
que ao encontrar
uma árvore
frondosa,
generosa,
sob a copa
se sentará,
e calmamente lerá...
À plenitude
chegará...
E, ao retirar
os olhos
da leitura,
os pousará
languidamente,
na paisagem
que se descortinará
à sua frente...
Assim, de repente!
A imaginação
sem rédeas,
fluirá,
não à revelia,
para o mundo
embriagador,
fantástico,
com muita dor,
da fantasia....
E, assim ,
passará
deliciosamente,
viajando,
por mais um dia...

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