quinta-feira, 30 de junho de 2011

Sinos

O badalar
dos sinos
anuncia
o final
do dia...
(É nostalgia!)
Mais um
que se foi,
de um tempo
infinito...
(Ah! o grito
preso
na garganta,
como será
descrito?)
Apenas
cenas
esparsas
serão revividas,
sem muita vida?
Ah! Breves
sequências
de segundos,
descrevem
uma a uma,
o vir a ser
de sua história,
o seu acontecer
no mundo...

domingo, 26 de junho de 2011

Voltar ao palco

Já foi
do espetáculo,
a primeira
bailarina!
(É sua sina?)
A prima-dona
do espetáculo!
(Sem simulacro!)
Dois faróis
imensos
a iluminavam,
a endoideciam,
a empolgavam,
e se apagaram
um dia,
à sua revelia...
Voltar a ser
no acontecer?
Uma vez mais
a decisão
e só dela!
Está à espera...
Não é quimera!
Alguns faróis,
ou vários,
acesos
em cada canto...
Por que espanto?
Ser ou não ser,
eis a questão...
Se decidir
ser,
só pede
compaixão,
controlada,
não!
Prefere
u'a prisão!

sábado, 25 de junho de 2011

Exposição "Sábado no Museu"

Fotos de minha exposição de esculturas no Museu de Arte de Londrina em 28 de maio de 2011.





Prisão

Dezoito anos
prisioneira!
A mais sórdida,
a mais terrível,
a mais cruel
prisão:
a do pensamento,
sem direito
a julgamento!
Ré a dormir,
inexistir,
ninguém
a a ouvir!
O não sentir,
a hibernação,
sem um lamento,
puro tormento...
Quem o algoz?
Para tal pena,
que crime atroz
um dia cometeu?
Talvez,
quem sabe,
tenta advinhar:
o de criar,
ou deixar
livre,
quem com ela
conviveu!

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Sobre a minha arte

A minha arte, se posso chamá-la assim, é a intenção de fazer parar, pelo menos por breves instantes, o poder manipulador que possuem as imagens visuais e sonoras da comunicação.
Traduzir, quer na pintura, na escultura e na prosa, a empatia através do amor.
O que é a empatia? É o imaginar-se no lugar do outro, em uma transferência de posições que torna mais enriquecedora a vida, quando há uma troca de respeito e amor.
Por isso, ao mesmo tempo, tento unir, naquilo que produzo, a forma a um conteúdo am oroso, que fale ao coração.
Se ela consegue tocar as pessoas em seu íntimo, no recôndito mais in de suas almas, parando a aterradora manipulação, posso entender que são obras de arte, pois esta é a função dela: fazer uma pausa na ditadura veloz e feroz das imagens e sons sobre as pessoas.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Retrato de Jesus por um romano

Por Publio Lêntulo a Tibério Cesar-Publio era antecessor de Pôncio Pilatos
(Carta achada pelos monges "lazaristas" em l928)

"Sabendo que desejas conhecer quanto vou narrar, existindo nos nossos
tempos um homem, o qual vive atualmente de grandes virtudes, chamado Jesus
que pelo povo é inculcado o profeta da verdade, e os seus discípulos dizem que é o filho de Deus, criador do céu e da terra e de todas as coisas que nela se acham e que nela tenham estado; em verdade, ó César, a cada dia se ouvem coisas maravilhosas:ressuscita os mortos, cura os enfermos, em uma só palavra: é um homem de justa estatura é muito belo no aspecto, e há tanta majestade em seu rosto, que aqueles que o veêm são forçados a amá-lo ou temê-lo.Tem cabelos da cor da amêndoa bem madura, são distendidos até as orelhas, e das orelhas até as espáduas, são da cor da terra, porém mais reluzentes.
Tem no meio da sua fronte uma linha separando os cabelos, na forma em uso nos nazarenos, o seu rosto, é cheio,
o aspecto é muito sereno, nenhuma ruga ou mancha se vêm , sua face de uma cor moderada; o nariz e a boca são irrepreensíveis.
A barba é espessa, mas semelhante aos cabelos, não muito longa, mas separada pelo meio, seu olhar é muito afetuoso e grave; tem os olhos expressivos e claros, o que surpreende é que resplandecem no seu rosto como raios do sol, porém ninguém pode olhar fixo o seu semblante, porque quando resplandece, apavora, e quando ameniza, faz chorar; faz-se amar e é alegre com gravidade.
Diz-se que nunca ninguém o viu rir, mas, antes, chorar. Tem os braços e as mãos muito belos: na palestra, contenta muito, mas o faz raramente e, quando dele se aproxima, verifica-se que é muito modesto na presença e na pessoa.É o mais belo homem que se possa imaginar, muito semelhante à
sua Mãe, a qual é de uma rara beleza, não se tendo, jamais visto por estas partes uma mulher tão bela, porém se a Majestade Tua, ó César, deseja vê-lo, como no aviso passado escreveste, dai-me ordens, que não faltarei de mandá-lo o mais depressa possível.
Das letras, faz-se admirar de toda a cidade de Jeruzalém; ele sabe todas as ciências e não consta haver estudado nada.Ele caminha descalço
e sem coisa nenhuma na cabeça. Muitos se riem, vendo-o assim, porém em sua presença, falando com ele, tremem e admiram.
Dizem que um tal homem nunca fora ouvido por estas partes. Em verdade, segundo me dizem os hebreus, não se ouviram jamais, tais conselhos, de grande doutrina, como ensina este Jesus; muitos judeus o têm como Divino
e muitos o querelam, afirmando que é contra a lei da Tua Majestade, eu sou grandemente molestado por esses malignos hebreus.
Diz-se que este Jesus nunca fez mal a quem quer que seja, mas, ao contrário, aqueles que o conhecem e com ele tem praticado, afirmam ter dele recebido grandes benefícios e saúde, porém a tua obediência estou prontíssimo; aquilo que a Tua Majestade ordenar será cumprido.
Vale, da Majestade Tua, fidelíssimo e obrigadíssimo... Publio Lentulo, presidente da Judéia.
L'indizione setima, luna seconda." "Esse é o homem!"
Retirado do livro "O melhor encontro" de Antônio Carlos Moura

Estresse

Sequestro,
o desequilíbrio
atroz,
que a deixa
sem voz
e a faz
perder-se
de si mesma...
É resultado
de uma trama!
Porque
desenvolve
um estresse?
Porque é
sensível,
afetiva
e humana!

"Ou tudo ou nada"

Perfeccionista
declarada!
Minimizava
os elogios...
Durante
a sua vida
desguarnecida,
ficou presa
a um culote
aterrador!
Incríveis
olhos azuis,
não existiam!
Para ela,
(que desgraçada!),
a seu ver:
"era ou tudo
ou nada"!

Aparência

Parece
que é
essência...
Procura
não julgar
a aparecência,
e se julgava,
não julga mais!
Pessoas
que condenam
pela aparência,
(cuidado!)
pra ela,
nunca foram
e nem são legais!

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Dor

Ansiada!
Estava
angustiada,
parada
no nada...
Silenciosa,
imensamente
fria,
vazia,
dolorosamente
soliária
a madrugada...
O próprio
sentir
era gelado!
As pontes
lançadas
pelo seu ser
vazio,
desprezado,
como no estio,
não eram
alicerçadas...
Só o medo
pavoroso,
irracional,
tenebroso
a acompanhava
na longa noite
negra,
escura,
perdida...
Um barco
sem rumo,
à deriva,
em meio
à tempestade,
que o invade...
Vagando
a esmo,
nenhum porto
seguro
onde ancorar...
As velas
arriadas,
rasgadas...
Por certo,
vai morrer
e fazer
parada
no meio
do mar...
Ou talvez,
quem sabe,
numa longínqua
e perdida
enseada...

domingo, 12 de junho de 2011

Jesus

Jesus,
com seu Amor,
morreu
(nem certeza
tinha
e havia
se voltaria
a seu Pai)
só pra dar
ao ser,
a chance de
escolher,
sem pressão,
um caminho
a traçar!
Invejado,
tanto,
que O tentam
imitar...
Seu ser,
pra seu
espanto,
percebeu
que Jesus
a ama
perdidamente,
loucamente!
Quanto?
Nem consegue
imaginar!
E ao sentir
a presença
desse Amor
imenso,
intenso,
divino,
deu-lhe
uma vontade
enorme,
irresistível,
arrebatadora
de também amar...

sábado, 11 de junho de 2011

Homens

Amargar
o sofrimento
atroz
e não poder
chorar!
Batalhas
e batalhas
enfrentar,
exalar
coragem,
estufar
o peito,
quando
o medo
campeia
e não há
mais jeito...
Mirar
de longe
o filho,
ansiosamente
desejado,
no útero
alheio,
sendo gerido,
formado,
sem poder
tocar...
Há aqueles,
inteligentes,
valentes,
buscando
compreender
e recriar
o momento
presente...
Tarefas
a dividir
ao se parir,
bom assumir!
Extravasar
sentimentos,
ainda que
por alguns
momentos!
Inventar
um novo ser:
não violento,
desumano
e cruel...
Deixar
de exalar
tanto desamor,
ódio mortal
do conquitador,
tanto fel!

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Ser

É pedir
licença
pra adentrar,
suavemente,
o mundo
íntimo
de cada ser,
solo sagrado,
especialmente,
de uma criança,
(ainda
uma esperança),
e se conter...
Lançar a ponte
e esperar,
pacientemente...
É confirmar
o semelhante
em uma cena,
ou num encontro!
E mais ouvir
do que dizer,
linguagem verbal
e corporal
em desacordo,
confunde tanto...
É um contínuo
conhecer
e crescer,
e vai doer...
E ao chegar
ao fim
aprende-se
a morrer!

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Ter ou ser

Encontra-se
num dos extremos,
ou no meio?
(Permeio?)
Deseja
caríssimos
e imensos
cenários,
um "trianon"?
Qual o limite,
se ele existe?
A que preço?
Virando-se
do avesso?
Ou, simplesmente
ser...
Ver
o mundo
acontecer...
Admirar
cada amanhecer...
Inspirar
o aroma suave
de sentimentos
bons...
Nada aspirar,
a não ser
a paz,
com pouco
se satisfaz...
E trazer
no peito,
um imenso
e embriagador
desejo
de amar!

terça-feira, 7 de junho de 2011

Novo velho amigo

Chuvoso o dia,
garoa fina,
fria,
depois
do temporal...
A ti chegou,
vagarosamente,
sentindo
enorme tristeza,
terrível mal...
Dor infernal!
De quem é
a culpa, afinal?
Um doente mental?
Velho amigo,
colocou-se
em pé,
à sua frente,
enlouquecida...
Sentia
perder a vida!
O vento forte
que encrespava
as águas turvas
formando
pequenas ondas,
gemia...
A garoa
fria
fustigava
o seu rosto,
e pra seu
gosto,
balançava
as vestes,
colando-as
no seu corpo
agora já morto...
Respirou
lenta,
profundamente!
O vento gelado
encheu o peito,
quase doente...
Várias vezes
tragou o ar!
Sentiu-o
penetrar
as células
todas
do seu ser
amargurado,
ensimesmado...
Fechou
os olhos,
docemente,
imaginou-se
no pico
do Everest,
topo do mundo,
por breves
segundos...
Uma vez,
uma vez mais,
inspirou fundo...
De repente,
misteriosamente,
o sol,
que se punha
no horizonte,
levou consigo
a grande dor...
E, ainda uma vez,
no recôndito
mais in
de sua alma
atormentada,
agora
aliviada,
sentiu-se
amparada,
confortada,
abraçada
pelo imenso,
inefável,
maravilhoso
Amor!

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Música

Ontem,
pela primeira vez,
depois de um
longo inverno,
ao ouvir
o som
inequecível
de um adagio,
desprendeu-se
da realidade,
e pode flutuar,
viajar...
Ao tomar
distância
de si mesma,
visualizou
caminhos
e caminhos
coloridos
e ignorados,
belíssimos,
encantados...
Tocou,
de leve,
na passagem,
(uma miragem)
na branca
e cálida areia
da deserta
praia,
onde seu ser
desmaia...
Flutuou
em altos
píncaros
e deles
despencou,
e se entregou
sem medo,
ao gozo
sublime
do se ver
no ar
a rodopiar,
e se sentir
eterna!
Eis o segredo,
onde o medo?
Navegou,
pelo rio
límpido
e calmo,
que atravessa
a insondável
floresta...
Com a alma
em festa,
abrindo
lentamente
os olhos
ao regressar
e divisar
um mar
de cabeças
ao seu redor,
nessa passagem,
perguntou-se
curiosa:
teriam elas,
feito também,
cada qual,
a sua viagem?