quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Adeus

Quando
eu me for,
ficará
o vento
a soprar
por quanto
tempo?
Quando
eu me for,
continuarão
as primaveras
a se suceder?
O mundo
continuará
a sofrer,
a sorrir,
a navegar
nas ondas
procelosas
do inavegável
mar?
Ainda
haverá momentos
para amar?
Ar p'ra respirar?
Água pra saciar?
Quando
eu me for,
que outros olhos
verão a vida
no seu vir a ser?
Quando
eu me for,
e não mais vir
a existência
a surgir,
a florir,
a acontecer?
Quem há
de admirar
o roteiro
sendo traçado
pelas escolhas
de um novo ator,
meio aturdido,
colocado
aqui no mundo
à mercê
de muita dor?
Quando
eu me for,
quem ficará
deslumbrado,
estarrecido
ante os cenários
oferecidos?
Quando
eu me for,
quem apreciará
o sol se pondo,
ou nascendo?
A beleza
de uma flor,
na campina,
se oferecendo?
Não quero ir...
Que pena,
que desvario,
imensa loucura,
eu ter,
de repente,
de me despedir...

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