Foi ainda ontem,
ao passar
pela praça,
assisti,
entristecida,
o último ato
de uma vida...
Na esquina,
nascera,
há muito tempo,
quase eternidade,
uma seringueira...
Quando a conheci
já era enorme,
raízes imensas
pendendo
pelo seu caule
gigantesco,
escurecido...
Era delicioso
ficar à sua sombra,
ouvir o canto
dos pássaros,
que ali,
encontravam,
ameno descanso,
das suas jornadas,
encantadas...
O verde escuro,
da velhas folhas,
contrastando
com o verde claro
das mais novas...
Galhos tão belos,
o velho tronco
retorcido,
contavam
apaixonantes
histórias
gravadas,
nas memórias...
Por que
foi arrancada,
tão de repente,
se ainda existia,
que ironia,
tanta força,
o respirar?
Quanto tempo,
lhe restaria,
pra o transeunte
encantar?
Velha amiga,
companheira
de longas horas
de reflexão
e solidão,
dividimos
devaneios
de uma paixão,
por vários dias
acompanhei
o teu despedir
da vida...
Uma angústia
saudosa,
me tomou
profundamente!
Ao me despedir
de ti,
veio a certeza,
de ter perdido,
(muito sofrido!)
um pedaço de mim,
muito querido,
para sempre,
irremediavelmente...
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