Lá está,
afixada no muro,
uma velha placa,
estragada,
meio encoberta
pela vegetação,
com esse nome,
e a explicação
do que ali se fazia...
Um velho portão,
e após ele,
enormes árvores
se espremiam,
se encolhiam,
num quintal
pequeno,
mas ameno...
Uma mangueira
carregada,
o abacateiro,
dois jovens pinheiros,
e outras mais...
Atrás da vegetação,
uma casa antiga,
de tijolos,
escura,
fechada,
abandonada,
muito estragada...
Um professor
de música,
um maestro,
morara ali...
Nela sonhara,
amara,
odiara,
impregnara,
todas as paredes,
de sentimentos maus
e bons...
Naquele cenário
escrevera
a sua história...
Apreciara,
embevecido,
as crianças,
os jovens,
e até velhos,
entrando,
alegres,
gargalhando,
tagarelando,
pelo caminho
que os levava a si...
Quanta vida!
Se as lembranças
são virtuais,
e nelas colocamos
nossa impressão,
para ele,
sublimes
seriam elas,
como recordação!
Corpinhos
pequeninos,
mãozinhas
diminutas,
diante
do imenso piano,
dele tirando som...
Como era bom!
Nesse misturar
realidade
e fantasia,
era onde
ele gastava
seu dia a dia...
E, agora,
o que resta
do pequeno
paraiso,
onde viveu
outrora?
A velha casa,
a natureza
luxuriante,
a placa
enferrujada
contam o enredo,
desse personagem,
que se perdeu
no tempo,
que foi embora...
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